A gestante e o consumo de peixe cru  

Grávida pode comer peixe cru?


O peixe cru pode ser consumido sem problemas na gravidez, dando-se preferência a peixe como salmão, fonte de proteína e Omega-3 muito importantes para o desenvolvimento do feto, sobretudo o desenvolvimento do sistema nervoso central deste.

O consumo do peixe cru é habitual em países do mediterrâneo e  nos países asiáticos, locais onde este consumo ocorre há milênios, sem problemas para as populações locais.

Referência como o Prof. Dr. Sang Cha ex chefe do setor de medicina fetal da USP, orienta que por segurança a gestante não deve comer peixe cru mais do que duas vezes por semana . Pacientes que consomem peixe cru em grande quantidade devem monitorar a concentração de mercúrio que são feitas em amostras de cabelo e certificar que o nível de mercúrio esteja menor que 0,3 microgramas por grama de cabelo. Alguns peixes podem conter quantidades elevadas de mercúrio, principalmente os peixes predadores, peixes de grande profundidade e de grandes dimensões como o atum, daí não é indicado o consumo exagerado, limitando-se a cinco fatias por refeição. Muitas grávidas que tem susceptibilidade a toxoplasmose não comem peixe cru, no entanto, o peixe não faz parte do ciclo reprodutivo do parasita. Do ponto de vista científico não há razões para proibir o consumo de peixe cru na gravidez. De forma descontraída poderíamos dizer: o que seria das crianças orientais se o consumo de peixe cru fizesse mal a saúde? Estariam a maioria delas doentes e com sequelas graves !

Apesar dessa liberdade que nós obstetras damos para o consumo de peixe cru, chamou-nos atenção a dissertação de mestrado da Dra. Patricia de Oliveira Esmerini da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP - 2009. O presente estudo permitiu concluir que ostras da espécie Crassostrea rhizophorae podem filtrar e reter oocistos de T. gondii e que o ambiente marinho do litoral do estado de São Paulo encontra-se contaminado com oocistos desse parasita. Assim, o consumo de ostras cruas pode representar uma via de grande potencial para a transmissão de Toxoplasma gondii para o homem e animais marinhos.

Outro cuidado que a gestante deve ter é que os peixes podem estar contaminados por vermes, principalmente os peixes de água salgada que tem ciclo em água doce, por exemplo, o salmão. Por este motivo é muito importante conhecer a qualidade dos fornecedores de peixe, onde existam controles de qualidade e manipulação correta. A parasitose principal é a Diphyllobothriasis, principalmente nas áreas endêmicas como Escandinávia e regiões litorâneas da costa japonesa. Uma medida que reduz a verminose é o seu consumo após processo de congelamento que destrói os parasitas em estado de quiescência. As pacientes com este tipo de parasitose apresentam sintomas inespecíficos, alternando fadiga, fraqueza, com desconforto abdominal, geralmente desenvolvem anemia e deficiência de vitamina B12.

Portanto cara gestante não se arrisque em qualquer restaurante japonês!


Informação sobre a sorologia para toxoplasmose :


IGG negativo; IGM negativo = pessoa suscetível, não tem imunidade contra o toxoplasma;

IGG reagente; IGM negativo = houve contato com o toxoplasma, mas não está com a doença aguda, não há risco para o embrião ou feto;

IGG reagente; IGM reagente = houve contato com o toxoplasma, está com a doença aguda, há risco para o embrião ou feto. Ter IgM positivo para toxoplasmose significa que a doença foi adquirida muito recentemente (o IgM surge com apenas 1 semana de contaminação). Depois de mais ou menos 4 semanas encontraremos o anticorpo IgG, que é mais forte e mais específico contra a doença em questão. Portanto, depois de 4 semanas, o paciente deixa de ter IgM positivo e passa a ter apenas IgG positivo para toxoplasmose. Esta IgG para toxoplasmose ficará positiva pelo resto da vida.

 

Fontes :


http://www.drsangcha.com/


http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-23042009-145558/pt-br.php

 

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