São métodos anticoncepcionais de alta eficácia que frequentemente indicamos e colocamos em nossa própria clínica sem a necessidade de anestesia.
Estima-se que o dispositivo intrauterino seja utilizado por 100 milhões de mulheres no mundo, com um índice baixíssimo de gravidez, aproximadamente de 3 casos por 1.000 usuárias. É o que mostra um estudo realizado no Ambulatório de Reprodução Humana da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, parcialmente financiado pela Fapesp e publicado na revista Contraception.
DIU e SIU, dispositivo (ou sistema) intrauterino, são pequenos aparelhos de plástico em forma de T, que só podem ser inseridos por profissionais com todas as técnicas de antissepsia. O procedimento leva em média 15 minutos e pode causar desconforto ou dor de intensidade variável dependendo da pessoa.
Não protegem contra as DSTs, assim como o adesivo e a pílula.
O DIU tem uma haste de cobre e libera íons do metal ao longo de dez anos. O SIU tem a haste revestida por um reservatório de progesterona, que é liberada ao longo de cinco anos. Segundo Dr. Massaguer: “O DIU pode aumentar o sangramento e a cólica, mas não contém hormônio; já o SIU, pode cortar ou diminuir a menstruação e ajudar no tratamento de cólicas e até mesmo da endometriose e, como todos os métodos que contém progesterona, pode provocar sangramento irregular nos três primeiros meses de uso”.
O DIU e o SIU são métodos contraceptivos pouco utilizados, e muitas mulheres possuem dúvidas quanto a seu modo de funcionamento. Há, no entanto, muitos mitos e dúvidas em relação ao DIU e ao SIU. Veja a seguir o que é mito e o que é verdade de acordo com o ginecologista Dr. Antônio Carlos Rodrigues da Cunha, doutor em ciências da saúde pela Universidade de Brasília (UnB).
O percentual de falha do DIU/SIU é menor que o da pílula anticoncepcional e da laqueadura, sendo equivalente a um caso em cada mil mulheres que fazem uso do método, ou 0,1%.
As mulheres que usam o DIU ficam com o fluxo mais intenso. Já com o SIU, o volume de sangue costuma diminuir e algumas pessoas deixam de menstruar.
“Isso é um boato. O DIU e o SIU têm os seguintes mecanismos para evitar a gravidez: alterar o muco cervical e a motilidade dos espermatozoides, além de tornar o endométrio hostil à implantação do óvulo. Isso impede a fertilização, não o desenvolvimento do feto”, esclarece o ginecologista.
O DIU e o SIU diminuem a fertilidade depois de retirado – MITO.
“Uma das grandes vantagens do DIU e do SIU é que o retorno à fertilidade é rápido. Você retira e, logo depois da próxima menstruação, já está fértil novamente”, afirma Cunha.
Mulheres que nunca tiveram filhos podem utilizar DIU e SIU – VERDADE.
Cunha lembra, no entanto, que a candidata ideal para usar esses dispositivos é a mulher que já tem filhos, por estes serem métodos contraceptivos de longo prazo, de cinco a 10 anos.
A mulher pode usar o DIU e o SIU enquanto estiver amamentando – VERDADE.
Tanto o DIU quanto o SIU têm ação local, não há absorção do princípio ativo pelo leite materno e, portanto, não há risco de contaminação da criança.
Para a mulher que tem contraindicação ao estrogênio por ser diabética ou fumante, o DIU ou o SIU podem ser os substitutos ideais. Caso a mulher apresente cólica ou muito sangramento, a melhor opção é o SIU.
Virgens podem utilizar o DIU – MITO.
“Para quem é virgem e vai começar a vida sexual recomenda-se pílula ou injeção anticoncepcional”, afirma Cunha. Mulheres que ainda não tiveram relações sexuais não são submetidas a certos procedimentos que podem ser considerados invasivos em demasia. É por isso que certos exames, como o Papanicolau, não são realizados até que ela inicie a vida sexual.
Com o DIU e o SIU, a mulher corre um risco maior de apresentar gravidez ectópica (fora do útero) – MITO.
Na verdade, o DIU e o SIU diminuem o risco de gravidez ectópica em comparação com as mulheres que não usam nenhum tipo de método contraceptivo. Em relação à mulher que toma pílula, por exemplo, não existe diferença significativa. Um fator determinante, neste caso, são ocorrências anteriores. “Se a mulher já teve uma gestação ectópica, há uma chance de 25 % que ocorra novamente”, alerta Cunha. A gravidez ectópica acontece quando o embrião se desenvolve fora do útero. O mais comum é que isso se dê em uma das tubas uterinas, mas também pode ocorrer no ovário, mais raramente. O que desencadeia esse fenômeno é uma infecção, geralmente crônica, em uma das trompas. Na maioria das vezes, a trompa é retirada e o problema, resolvido. Mas quando ela é mantida há uma chance maior de que o embrião volte a se fixar na tuba uterina doente, por esta ter sua motilidade prejudicada.
O fio que serve para remover o DIU e o SIU pode atrapalhar durante as relações sexuais – MITO.
O cordão fica rente ao colo do útero. Ele é bem fino e não produz incômodo durante o sexo. O objetivo dele é orientar se o DIU ou o SIU estão bem posicionados e facilitar a retirada do dispositivo. No exame clínico só é possível observar o fio no colo do útero, não o objeto em si, que está no interior da cavidade uterina.
O DIU e o SIU podem influenciar o resultado de exames de imagem, como radiografias ou tomografias – MITO.
A ação do sistema é local, ele não influencia em outros tratamentos ou exames porque está isolado pela pele.
Acima uma ilustração de como o DIU e o SIU ficam inseridos na cavidade uterina.
Acima o DIU de cobre Multiload.
Acima o DIU de cobre Cooper T.
Acima o SIU, Mirena.
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